domingo, agosto 26, 2018

Dançando entre fantasmas


É fácil dizer que você vai mudar o futuro, quando a história se repete. Muito simples, quando se olha através da cortina de água. 

É fácil endurecer, quando todos lhe decepcionam e ninguém sobra ao fim do jantar. É singular imaginar cenas horríveis e um fim triunfal, quando se falam sobre suas sombras e escorpiões e você não está lá para se defender. 

Você acha que nada tem sentido e ignora os sinais do seu corpo, acomodado em uma roleta russa de coleções, balanças e ignorância. E é fácil dizer que todo sonho é uma ilusão, quando, atrás de um manto, você é o primeiro a não acreditar em si mesmo.

Então, você abraça cada momento como um aprendizado, como um presente desenhado para cada caixinha de repressão sobre a coluna do esquecimento e abençoa cada decisão como se fosse a última, porque aprendeu que, no seu mundo, se morre um dia de cada vez, se glorificando um pouco mais, a cada instante. 

E é somente um passo ao normal.  

Losing...

quinta-feira, agosto 09, 2018

Sonhos REM


Allyne Duarte 
(09/08/2018)

Para recuperar vazios que se perdem em meio a multidões:
porque, eu sou um pedaço de coisa nenhuma 
que ganha espaço entre milhares de pedaços de nadas em comum. 

E se for para ser o que nunca esteve em planos nenhum,
prefiro fazer do meu futuro uma centelha de felicidade, 
que vaga entre sonhos recorrentes, 
que se dividem em capítulos REM. 

“Tic-tac”, “tic-tac”... 
Soam as notas de um relógio sem tempo ou pulso para usá-lo, 
ruas que se cruzam em encruzilhadas 
a definirem a minha vida de tempos em tempos,
a se tornar sombrias e frias.

Se afastam, se tocam... colidem.

Impacto. 

Fazem contanto e se vão. 

Nada que seja eterno enquanto dure, 
sofrido enquanto doer, 
que se perde em meio a pedaços de coisa nenhuma, 
a ganhar espaço entre milhares de coisinhas em comum.


So lonely.